Com o fim da unidade curricular
Psicologia do Desenvolvimento, termina também, aqui o nosso blog. Após muitas horas de trabalho,
esperemos ter sido (ou vir a ser) úteis e ter ajudado (ou ajudar), de alguma
forma, a compreender a matéria lecionada durante este semestre, acompanhada
sempre da nossa opinião acerca dos diversos assuntos abordados.
A
moralidade representa um conjunto de princípios ou ideais que auxiliam um
sujeito a distinguir o que está certo e o que está errado e, por fim, agir em
conformidade.
O raciocínio
moral está relacionado com o desenvolvimento cognitivo e com a idade.
Neste campo
destacam-se as teorias de Piaget e de Kohlberg que desenvolveremos de seguida.
Jean
Piaget
A
teoria de Piaget enuncia que o desenvolvimento moral é alicerçado no respeito e
compreensão das regras.
Todos
os estudos que Piaget realizou permitiram concluir que crianças em diferentes
faixas etárias apresentam diferenças quanto ao respeito das regras, passando
pela fase de heteronímia e autonomia moral.
Na
primeira fase, Heteronímia Moral, a
criança obedece a regras de uma autoridade superior. Essas regras são imutáveis
e sagradas e quando ocorrem infrações há punições e castigos. Nesta fase, a
criança não tem em conta a intencionalidade da ação. A título de exemplo, para
uma criança com moralidade heterónima sempre que uma pessoa é castigada, é
porque ela fez algo de errado e por isso tem de ser punida.
No que diz respeito à segunda fase, Autonomia Moral, o raciocínio do
sujeito apoia-se no respeito mútuo e, na decisão acerca do ato (certo ou
errado), já tem em conta a intencionalidade da ação.
Lawrence
Kohlberg
Kohlberg realizou estudos neste campo
(desenvolvimento moral) e concluiu que a faixa etária em que a criança se
encontra tem influência no tipo de raciocínio moral que possui.
Com base na conclusão a que chegou,
Kohlberg advoga que o desenvolvimento moral se desenvolve numa progressão
invariável de três níveis de raciocínio moral. É de realçar que cada nível é
constituído por dois estádios.
Sendo assim, a
teoria de Kohlberg incorpora seis estádios que representam formas distintas de
raciocínio moral.
I – Nível
Pré-convencional ou pré-moral (infância)
Este nível
corresponde à obediência a regras de autoridades superiores para evitar punições
e castigos, ou seja, o sujeito só pensa em si próprio.
Dentro deste
nível encontramos dois estádios:
Estádio
1:Moralidade
Heterónoma
As crianças só
pensam nelas próprias (egocentrismo) e não querem ser apanhadas e, por isso,
obedecem às regras superiores.
Ex: O pai diz que
não devo roubar porque vem o polícia e sou preso.
Estádio 2: Individualismo,
propósito e troca instrumental
Neste estádio
continua bem patente o egocentrismo e o egoísmo, a criança só vai agir de
determinada forma se isso a beneficiar e for de encontro aos seus interesses,
ou seja, se ganhar algo com isso (recompensa).
É pertinente
realçar que podem ser incluídos neste nível alguns adolescentes e delinquentes.
Ex: A Joana saiu
na sexta à noite sabendo que a treinadora lhe disse que tinha de dormir cedo
devido ao jogo de sábado. Eu vi que a Joana saiu e vou dizer à treinadora
porque assim ela pode colocar-me no 11 titular.
II –
Nível convencional (da adolescência em diante)
Este nível patenteia
a fase da adolescência em que está presente a moralidade do ser “bom rapaz” não
desiludir as pessoas que o rodeiam e a manutenção da ordem social.
Este nível incorpora
os seguintes estádios:
Estádio
3: Expectativas
e relações interpessoais mútuas e conformidade interpessoal
Neste estádio o
sujeito age com o intuito de estar à altura das expectativas das outras
pessoas, tentando não desapontar ninguém. Desta forma, o indivíduo tenta
parecer “boa pessoa” comportando-se em conformidade com os estereótipos sociais
vigentes, tendo sempre boas intenções nas suas ações independentemente das
leis.
Ex: O João joga
futebol e está decidido a dedicar-se ainda mais, já que, o seu pai foi uma
grande referência no futebol, e ele não quer desiludir o pai e quer que este
sinta muito orgulho nele.
Estádio 4: Sistema social e
consciência
Neste
estádio está bem patente a preocupação de manter a ordem social para ser
possível esta funcionar corretamente. Para tal, é necessário cumprir as leis e
respeitar as convenções.
Ex: Se toda a gente roubasse para comer, a sociedade
seria um caos!
É
de maior importância referir que a maioria das pessoas permanece neste nível,
não sendo capazes de avançar mais.
Ex:
O Luís teve jogo no fim de semana e foi expulso por agredir o adversário. Ele
ficou muito chateado pelo árbitro lhe exibir o cartão vermelho, contudo sabia
que ao tomar aquela atitude seria expulso porque a regra do jogo assim o diz.
III-
Nível pós-convencional
Neste nível, as
pessoas libertam-se das convenções. Representa aquilo que o Homem pode fazer
para intervir na sociedade, o que pode alterar para a tornar melhor. O sujeito
defende valores como a justiça, liberdade e igualdade.
Os estádios que
este nível engloba são:
Estádio
5: Contrato
social
Neste
estádio o sujeito assume uma posição crítica em relação às leis e às normas do que
na sua opinião não respeitam os valores universais (liberdade, igualdade, entre
outros). Deste modo vai tentar mudá-las com o intuito de tornar a sociedade um
lugar melhor.
Para
ele essas mudanças seriam democráticas advogando o seguinte lema:
Maior bem
para o maior número de pessoas.
Deste
modo constroem-se contratos sociais constituídos por leis e normas, que têm de
ser respeitadas, para ser possível um bom funcionamento da sociedade.
Estádio
6:Princípios
éticos universais
Neste
estádio o indivíduo tem o objetivo de mudar a sociedade apelando à revolta e a
valores éticos universais como a justiça, igualdade, liberdade e respeito.
É
de salientar que os indivíduos que se situam neste estádio dão mais valor aos
seus princípios do que a si mesmos.
São exemplos deste estádio personalidades como Mandela, Luther King, Gandi,
entre outros.
Na nossa opinião
é de destacar que são raras as pessoas que atingem este patamar.
Erik Erikson pode considerar-se discípulo de
Freud, uma vez que a sua perspetiva foi influenciada pela próxima relação que
mantinha com a família Freud. Todavia a sua teoria centra-se em aspetos
psicossociais.
Na Teoria Psicossocial
do Desenvolvimento deste autor, o desenvolvimento atravessa oito estádios, os
primeiros quatro estádios são referentes ao período de bebé e da infância, um
correspondente à adolescência e os últimos três ocorrem durante a idade adulta
e a velhice.
É salientar que Erikson
destaca o periodo da adolescência (quinto estádio) por ser a “ponte” entre a
infância e a idade adulta.
Cada estádio tem
contributos de grande importância para a formação da personalidade e, deste
modo, torna-se fundamental atravessar todas estas etapas já que terão sempre
influência mesmo depois de as ultrapassar.
A formação da
identidade principia nos quatro primeiros estádios, na adolescência esta é
ajustada e, posteriormente vai influenciar os derradeiros três estádios e vai
evoluir cada vez mais.
1. Confiança X Desconfiança (nascimento
até aos 18 meses)
Neste estádio a
criança aprende a confiar e ganha segurança, ou então, pelo contrário,
desenvolve medos, inseguranças e desconfianças. O relacionamento com a mãe assume um papel de elevadíssimo destaque nesta fase. Se a relação acima
mencionada for boa e agradável (bastante afetiva) tem efeitos positivos
(confiança em si e para com o mundo), contudo se a relação for negativa o bebé vai criar receios e desconfianças.
2. Autonomia X Vergonha e
Dúvida (18 meses aos 3 anos)
Neste período, as
crianças ganham experiência através de ações de controlo como comer e ir à
casa de banho.
Está bem patente
a vontade de experimentar sem medo de errar e a exercitação das capacidades
motoras (correr, segurar,…)
O meio tem de
estimular a criança a ter autonomia nas suas ações.
Nesta fase se a
criança for animada e encorajada ganha autonomia, se for vítima de extrema
rigidez, vão predominar nela a vergonha e a dúvida.
3. Iniciativa X Culpa (3 aos 6
anos)
Durante este
período as crianças começam a controlar o seu ambiente e já têm noção daquilo
que podem e não podem fazer.
Neste estádio a
criança exibe-se e toma iniciativas, desenvolvendo capacidades como, por
exemplo, a imaginação e o pensamento.
Se as crianças
forem reprimidas vão adquirir sentimentos de culpa e insegurança. Caso
contrário sentem-se valorizadas e ganham coragem. Desta forma veem que a sua
iniciativa tem uma finalidade e um propósito.
4. Construtividade X
Inferioridade (dos 6 aos 12 anos)
Nesta etapa as
crianças vão ser alfabetizadas, ou seja, vão adquirir novas capacidades e
competências através da aprendizagem académica e social.
Uma criança que seja autónoma,
confiante, segura e que tome iniciativa, vai, mais facilmente, ter sucesso a
nível escolar sentido-se capaz, bem sucedida e como consequência ter prazer no
desenvolvimento do seu trabalho. Por outro lado, se a criança não possuir estas
características, vai ser alvo de críticas dos seus pares e, provavelmente, vai sentir-se inferior e não capaz, podendo
acontecer bloqueios cognitivos.
5. Identidade X Confusão de
Papéis (dos 12 aos 18 anos)
Erikson dá um
destaque especial a este estádio, pois é aqui que o adolescente entende o seu
papel no mundo e sua singularidade como pessoa, ou seja, vai adquirir uma identidade
pessoal e psicossocial. Saliente-se que a interação social é fundamental
nesta fase para o jovem perceber quem é e naquilo que se quer tornar. Ao
descobrir a sua identidade vai tornar-se fiel, leal consigo próprio, e como
consequência vai permitir-lhe a devoção a uma causa.
6. Intimidade X Isolamento
(jovem adulto)
Neste estádio os
jovens adultos procuram amor e companhia. Estabelecem-se relações duradouras com
outras pessoas baseadas no compromisso e afetividade. Este terá de se adaptar para obter o equilíbrio na relação. É
de realçar que o sujeito nunca compromete a sua entidade, mas também compreende
que ninguém é perfeito.
Quando o
indivíduo não consegue estabelecer intimidade com ninguém, fecha-se em si
próprio e cai no isolamento.
7. Produtividade X Estagnação
(meia idade)
É neste estádio
que ocorre a crise da meia idade.
Nesta fase o
sujeito atinge o topo da vida profissional e tem uma elevada preocupação com o
futuro das novas gerações. São responsáveis por valiosos contributos para a
sociedade como educar e direcionar os jovens e, por outro lado, assegurar o
seu bem-estar. Esta etapa incorpora a
afirmação pessoal do indivíduo, onde ele consegue fazer as mais variadas
coisas. Caso os objetivos deste estádio não sejam atingidos, ocorre a
estagnação do indivíduo.
8. Integridade X Desesperança
(velhice)
Neste estádio os
idosos fazem o balanço da sua vida, refletindo sobre ela. Caso tenha tido uma
vida produtiva, cumprido grande parte dos seus desejos, olham para trás e sentem-se
realizados, acabando por aceitar a idade. Caso contrário, vão lamentar-se por
todos os sonhos que não realizaram e erros que cometeram, uma vez que já é tarde
demais para mudar isso. Quando isto acontece os idosos podem desenvolver
sentimentos de desespero.
Freud,
foi um neurologista austríaco que fundou a psicanálise.
Foi através da utilização da hipnose,
que Freud principiou os seus estudos. Era através desta técnica que este
neurologista tratava os pacientes com histeria, todavia, posteriormente substituiu
este método pela interpretação de sonhos e associações livres.
Através
deste tratamento, Freud verificou a melhoria dos seus pacientes e, com base
nisso, formulou a hipótese da causa da doença ser psicológica e não orgânica.
Esta conclusão foi o ponto de partida para a descoberta de outros conceitos, como o de inconsciente.
Freud utilizava a psicanálise (método terapêutico que reside na interpretação
dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias de um
indivíduo), como tratamento de psicopatologias.
É pertinente realçar que uma das conclusões de
Freud foi que os processos psíquicos inconscientes como, os desejos sexuais e
recalcamentos, têm uma enorme influência no seu comportamento, personalidade e
motivações.
Em
suma, para Freud o objeto de estudo é o inconsciente e este advoga que a
compreensão do comportamento exige uma análise dos fenómenos psíquicos.
Com base nos seus estudos, Freud, afirma que a consciência
humana divide-se em três partes: Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente
(divisão topográfica-1ª tópica).
É no consciente que se situam as perceções, é a zona da
razão, abrangendo os raciocínios e os pensamentos que a pessoa manifesta de
forma involuntária. É de realçar que o ser humano através da introspeção consegue
chegar ao seu consciente.
O pré-consciente é uma zona intermédia entre o consciente e
o inconsciente que funciona como filtro, selecionando o que pode, e não pode,
alcançar o consciente. As pulsões inconscientes que não chegam ao consciente
são recalcadas. Contém também matéria latente que vem à consciência sempre que
necessário com relativa facilidade (ex: número de telemóvel, morada).
Por fim o
inconsciente, abarca os recalcamentos, os medos, pulsões inatas e agressivas e
os desejos, e, por isso, esta parte da consciência é denominada como obscura. É
de realçar que muitos dos desejos e pulsões são de cariz sexual e, como tal,
socialmente não são aceitáveis. O desejo proveniente do inconsciente tem de ser
imediatamente satisfeito e, esta parte da consciência rege-se pelo princípio do
prazer. É aqui que se concretiza grande parte da nossa vida psíquica.
Freud faz uma segunda divisão, desta vez estrutural e
dinâmica (2ª tópica), da consciência humana. Divide também em três partes, o
id, o ego e o superego.
O id equivale ao inconsciente, é aquilo com que a criança
nasce, representando as forças biológicas. Incorpora os instintos e desejos que
têm de ser satisfeitos naquele momento, isto é, a gratificação tem de ser
imediata. Esta estrutura rege-se, à semelhança, do inconsciente pelo prazer. É
também importante destacar que o id é o reservatório da líbido e não sabe
distinguir entre o bem e o mal.
O Ego forma-se a partir do id e rege-se pelo princípio da
realidade. É racional e sabe aquilo que é possível ou não fazer. Funciona como
mediador do id e do superego, não deixando que as pulsões ameacem o equilíbrio
psíquico de um sujeito.
O Superego principia quando termina o complexo de
Édipo/Electra (3/5 anos) e constrói-se a partir de questões morais/restrições
provenientes dos pais, ou seja, quando são apreendidas regras de comportamento
instruídas pelos pais. Deste modo, o superego é formado por valores éticos e
morais como a honestidade, o dever e a responsabilidade.
Freud, quanto ao desenvolvimento da personalidade,
definiu cinco estádios psicossexuais:
Estádio Oral: a partir do nascimento até aos 18 meses/2 anos
- Zona erógena: Boca;
- Formação do Ego;
- O bebé obtém
gratificação através da amamentação, ou ao levar objetos à boca.
Estádio Anal: 2 anos até 4 anos
- Zona erógena: Região
Anal;
- Desenvolvimento do
Ego;
- A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter ou ao
expulsar as fezes;
- Está patente
a educação para a higiene, tornando a criança mais autonoma.
Estádio Fálico: dos 3/4 anos até aos 5/6 anos
- Zona erógena: Região
Genital;
- Aparecimento do
complexo de Édipo e Electra (atração da criança pelo seu
progenitor do sexo oposto e rivalidade com o progenitor do mesmo sexo);
- As
crianças estimulam e manipulam os órgãos sexuais;
- Descoberta
das diferenças sexuais entre rapazes e raparigas.
Período de Latência: dos 6 anos até aos 11/12 anos
(puberdade)
- Adormecimento das pulsões sexuais
(amnésia infantil);
- As crianças centram-se no seu
desenvolvimento cognitivo.
Estádio Genital: <12 anos (puberdade, adolescência)
- Zona erógena: Região Genital e
outras zonas erógenas, prazer envolve todo o corpo;
- Regresso da
sexualidade genital ;
- Reaparecimentos do complexo de édipo/Electra guiado
para a atração heterossexual por elementos não pertencentes à família.
Jean Piaget
estudou o desenvolvimento cognitivo da criança. Segundo este autor, a
inteligência constrói-se progressivamente ao longo do tempo. O ser humano vai
atravessando estádios ou etapas constantes e sequenciais de ordem invariável. É
de realçar que a passagem entre os diversos estádios não é brusca, acontecendo
gradualmente.
É defensor de uma
posição construtivista/interacionista: as estruturas do pensamento são produto
de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo,
deste modo, um papel ativo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.
O
desenvolvimento dá-se através do equilíbrio entre a assimilação (integração de
novos dados nas estruturas cognitivas já existentes) e a acomodação
(adaptação/transformação dos esquemas mentais do sujeito por influência da
incorporação da ação exercida pelo meio).
Para Piaget,
há quatro estádios de desenvolvimento:
Estádio Sensorio-motor:
Nesta etapa, a
inteligência da criança apoia-se nas capacidades percetoras de acção e dos comportamentos
dos outros, ou seja, a inteligência é essencialmente sensorial e motora.
A criança tem noção de
uma realidade que não depende de si e desenvolve a noção da permanência dos objetos, de causa e de
espaço:
- Objeto permanente (ocorre aos 9 meses) – compreensão de que os objetos existem apesar de
poderem não estar à vista.
- Surgimento da intencionalidade – age com o intuito de atingir um objetivo, sendo
para isto necessário, a diferenciação entre causa e efeito.
- Espaço contínuo (dos 18 aos 24 meses) – torna-se num espaço representativo; o espaço
contém a própria criança e não existe nada além dela.
- Tempo objetivo e
representatividade – numa primeira etapa a criança passa algum tempo conectada a sensações
corporais (ex: se tem fome, o tempo nunca mais passa). Todavia, perante uma
sequência, começa a ter noção do tempo se for ela a principiar essa sequência.
Estádio Pré-Operatório:
Nesta fase, as ações
são interiorizadas e as crianças constroem as operações.
Existem três tipos de
argumentos que dão conta das conservações:
A criança está perante um pedaço de plasticina
- Identidade:
Ex.: não se retirou nem se acrescentou, continua a mesma quantidade.
- Reversibilidade: Ex.: foi
esticada, agora pode-se fazer a bolinha outra vez.
- Compensação: Ex.: Está esticada,
parece mais comprido porém é mais fininha.
Está presente a
capacidade de criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação, é o
período da fantasia - Representação
mental
Desabrocha o pensamentosimbólico (utilizando símbolos) ou simiótica (utilizando signos), possibilitando
o surgimento, por exemplo, da linguagem e da imitação.É de salientar que a criança não é capaz de fazer raciocínios
lógicos.
Neste estádio, a
criança acredita que a realidade é aquilo que ela quer. Esta centração impede a criança de
compreender que, sobre a realidade, há outras perspetivas para além da sua - Egocentrismo intelectual
Perante um objeto/acontecimento
está evidente a tendência da criança em centrar-se apenas num aspeto, não
conseguindo ver duas realidades em simultâneo- Incapacidade de Descentração
Os objetos existem
para a criança caso sirvam para algo e em função da utilização que a criança
lhes dá.
As crianças centram-se
nos estados presentes e não nos estados de transformação.
Finalmente, nesta
etapa, a criança é capaz de substituir um objeto/acontecimento por uma
representação. Isto só é possível devido ao pensamento simbólico característico
deste estádio.
Estádio
das Operações Concretas:
Neste estádio, ocorre a passagem das operações pré operatórias para as operações
lógicas (formas de transformação).
Desta forma, impera o pensamento lógico e a criança
desenvolve conceitos e tem a capacidade de realizar operações mentais.
Ocorre o desenvolvimento da noção de conservação da matéria sólida
e líquida e, posteriormente, do peso e volume e conceitos de espaço e tempo:
Há também o
desenvolvimento dos conceitos de número e lógica, tornado possível a realização
de Operações lógico matemáticas com quantidades descontínuas.
A criança já é capaz de fazer classificações e seriações:
Classificação: Assimila objetos consoante
as suas parecenças, agrupa objetos em função de qualquer semelhança, formando subconjuntos
e constrói classificações hierárquicas.
Seriação: ou seja, agrupamento
de relações. Não consegue construir uma série escalada - ausência de seriação.
Nesta fase a quantidade é avaliada pelo comprimento.
Estádio das Operações
Formais:
Do
ponto de vista da capacidade de pensar, o pensamento não se cinge apenas a “saber”
o objeto, mas sim a pensar o objeto. Isto acontece quando o objeto é
apreendido e faz parte do pensamento. Está bem patente um desenvolvimento no
uso da lógica dedutiva e indutiva.
Nesta etapa a criança Já resolve problemas, já opera sem o
suporte concreto, isto é, realiza operações formais. Coloca mentalmente
as hipóteses, deduzindo as consequências (raciocínio hipotético-dedutivo).
Compreende que para além da sua perspetiva, os outros podem
ter posições diferentes, contudo pensa que as suas ideias são as melhores e
podem resolver todos os problemas (Egocentrismo intelectual).
Em suma, Piaget defendia que
as crianças pensam e raciocinam de maneira distinta consoante o estádio de
desenvolvimento onde se encontram. As crianças da mesma faixa etária cometem os
mesmo erros pois raciocinam e conectam com o mundo de forma idêntica.