segunda-feira, 4 de junho de 2012

Desenvolvimento Psicossocial

Erik Erikson pode considerar-se discípulo de Freud, uma vez que a sua perspetiva foi influenciada pela próxima relação que mantinha com a família Freud. Todavia a sua teoria centra-se em aspetos psicossociais.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento deste autor, o desenvolvimento atravessa oito estádios, os primeiros quatro estádios são referentes ao período de bebé e da infância, um correspondente à adolescência e os últimos três ocorrem durante a idade adulta e a velhice.
É salientar que Erikson destaca o periodo da adolescência (quinto estádio) por ser a “ponte” entre a infância e a idade adulta.
Cada estádio tem contributos de grande importância para a formação da personalidade e, deste modo, torna-se fundamental atravessar todas estas etapas já que terão sempre influência mesmo depois de as ultrapassar.
A formação da identidade principia nos quatro primeiros estádios, na adolescência esta é ajustada e, posteriormente vai influenciar os derradeiros três estádios e vai evoluir cada vez mais.

1. Confiança X Desconfiança (nascimento até aos 18 meses)

Neste estádio a criança aprende a confiar e ganha segurança, ou então, pelo contrário, desenvolve medos, inseguranças e desconfianças. O relacionamento com a mãe assume um papel de elevadíssimo destaque nesta fase. Se a relação acima mencionada for boa e agradável (bastante afetiva) tem efeitos positivos (confiança em si e para com o mundo), contudo se a relação for negativa o bebé vai criar receios e desconfianças.
   

2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (18 meses aos 3 anos)

Neste período, as crianças ganham experiência através de ações de controlo como comer e ir à casa de banho.
Está bem patente a vontade de experimentar sem medo de errar e a exercitação das capacidades motoras (correr, segurar,…)
O meio tem de estimular a criança a ter autonomia nas suas ações.
Nesta fase se a criança for animada e encorajada ganha autonomia, se for vítima de extrema rigidez, vão predominar nela a vergonha e a dúvida.

3. Iniciativa X Culpa (3 aos 6 anos)

Durante este período as crianças começam a controlar o seu ambiente e já têm noção daquilo que podem e não podem fazer.
Neste estádio a criança exibe-se e toma iniciativas, desenvolvendo capacidades como, por exemplo, a imaginação e o pensamento.
Se as crianças forem reprimidas vão adquirir sentimentos de culpa e insegurança. Caso contrário sentem-se valorizadas e ganham coragem. Desta forma veem que a sua iniciativa tem uma finalidade e um propósito.


4. Construtividade X Inferioridade (dos 6 aos 12 anos)

Nesta etapa as crianças vão ser alfabetizadas, ou seja, vão adquirir novas capacidades e competências através da aprendizagem académica e social.
Uma criança que seja autónoma, confiante, segura e que tome iniciativa, vai, mais facilmente, ter sucesso a nível escolar sentido-se capaz, bem sucedida e como consequência ter prazer no desenvolvimento do seu trabalho. Por outro lado, se a criança não possuir estas características, vai ser alvo de críticas dos seus pares e, provavelmente,  vai sentir-se inferior e não capaz, podendo acontecer bloqueios cognitivos.


5. Identidade X Confusão de Papéis (dos 12 aos 18 anos)

Erikson dá um destaque especial a este estádio, pois é aqui que o adolescente entende o seu papel no mundo e sua singularidade como pessoa, ou seja, vai adquirir uma identidade pessoal e psicossocial. Saliente-se que a interação social é fundamental nesta fase para o jovem perceber quem é e naquilo que se quer tornar. Ao descobrir a sua identidade vai tornar-se fiel, leal consigo próprio, e como consequência vai permitir-lhe a devoção a uma causa.


6. Intimidade X Isolamento (jovem adulto)

Neste estádio os jovens adultos procuram amor e companhia. Estabelecem-se relações duradouras com outras pessoas baseadas no compromisso e afetividade. Este terá de se  adaptar para obter o equilíbrio na relação. É de realçar que o sujeito nunca compromete a sua entidade, mas também compreende que ninguém é perfeito.
Quando o indivíduo não consegue estabelecer intimidade com ninguém, fecha-se em si próprio e cai no isolamento.


7. Produtividade X Estagnação (meia idade)

É neste estádio que ocorre a crise da meia idade.
Nesta fase o sujeito atinge o topo da vida profissional e tem uma elevada preocupação com o futuro das novas gerações. São responsáveis por valiosos contributos para a sociedade como educar e direcionar os jovens e, por outro lado, assegurar o seu bem-estar.  Esta etapa incorpora a afirmação pessoal do indivíduo, onde ele consegue fazer as mais variadas coisas. Caso os objetivos deste estádio não sejam atingidos, ocorre a estagnação do indivíduo.


8. Integridade X Desesperança (velhice)
Neste estádio os idosos fazem o balanço da sua vida, refletindo sobre ela. Caso tenha tido uma vida produtiva, cumprido grande parte dos seus desejos, olham para trás e sentem-se realizados, acabando por aceitar a idade. Caso contrário, vão lamentar-se por todos os sonhos que não realizaram e erros que cometeram, uma vez que já é tarde demais para mudar isso. Quando isto acontece os idosos podem desenvolver sentimentos de desespero.

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