Erik Erikson pode considerar-se discípulo de
Freud, uma vez que a sua perspetiva foi influenciada pela próxima relação que
mantinha com a família Freud. Todavia a sua teoria centra-se em aspetos
psicossociais.
Na Teoria Psicossocial
do Desenvolvimento deste autor, o desenvolvimento atravessa oito estádios, os
primeiros quatro estádios são referentes ao período de bebé e da infância, um
correspondente à adolescência e os últimos três ocorrem durante a idade adulta
e a velhice.
É salientar que Erikson
destaca o periodo da adolescência (quinto estádio) por ser a “ponte” entre a
infância e a idade adulta.
Cada estádio tem
contributos de grande importância para a formação da personalidade e, deste
modo, torna-se fundamental atravessar todas estas etapas já que terão sempre
influência mesmo depois de as ultrapassar.
A formação da
identidade principia nos quatro primeiros estádios, na adolescência esta é
ajustada e, posteriormente vai influenciar os derradeiros três estádios e vai
evoluir cada vez mais.
1. Confiança X Desconfiança (nascimento
até aos 18 meses)
Neste estádio a
criança aprende a confiar e ganha segurança, ou então, pelo contrário,
desenvolve medos, inseguranças e desconfianças. O relacionamento com a mãe assume um papel de elevadíssimo destaque nesta fase. Se a relação acima
mencionada for boa e agradável (bastante afetiva) tem efeitos positivos
(confiança em si e para com o mundo), contudo se a relação for negativa o bebé vai criar receios e desconfianças.
2. Autonomia X Vergonha e
Dúvida (18 meses aos 3 anos)
Neste período, as
crianças ganham experiência através de ações de controlo como comer e ir à
casa de banho.
Está bem patente
a vontade de experimentar sem medo de errar e a exercitação das capacidades
motoras (correr, segurar,…)
O meio tem de
estimular a criança a ter autonomia nas suas ações.
Nesta fase se a
criança for animada e encorajada ganha autonomia, se for vítima de extrema
rigidez, vão predominar nela a vergonha e a dúvida.
3. Iniciativa X Culpa (3 aos 6
anos)
Durante este
período as crianças começam a controlar o seu ambiente e já têm noção daquilo
que podem e não podem fazer.
Neste estádio a
criança exibe-se e toma iniciativas, desenvolvendo capacidades como, por
exemplo, a imaginação e o pensamento.
Se as crianças
forem reprimidas vão adquirir sentimentos de culpa e insegurança. Caso
contrário sentem-se valorizadas e ganham coragem. Desta forma veem que a sua
iniciativa tem uma finalidade e um propósito.
4. Construtividade X
Inferioridade (dos 6 aos 12 anos)
Nesta etapa as
crianças vão ser alfabetizadas, ou seja, vão adquirir novas capacidades e
competências através da aprendizagem académica e social.
Uma criança que seja autónoma,
confiante, segura e que tome iniciativa, vai, mais facilmente, ter sucesso a
nível escolar sentido-se capaz, bem sucedida e como consequência ter prazer no
desenvolvimento do seu trabalho. Por outro lado, se a criança não possuir estas
características, vai ser alvo de críticas dos seus pares e, provavelmente, vai sentir-se inferior e não capaz, podendo
acontecer bloqueios cognitivos.
5. Identidade X Confusão de
Papéis (dos 12 aos 18 anos)
Erikson dá um
destaque especial a este estádio, pois é aqui que o adolescente entende o seu
papel no mundo e sua singularidade como pessoa, ou seja, vai adquirir uma identidade
pessoal e psicossocial. Saliente-se que a interação social é fundamental
nesta fase para o jovem perceber quem é e naquilo que se quer tornar. Ao
descobrir a sua identidade vai tornar-se fiel, leal consigo próprio, e como
consequência vai permitir-lhe a devoção a uma causa.
6. Intimidade X Isolamento
(jovem adulto)
Neste estádio os
jovens adultos procuram amor e companhia. Estabelecem-se relações duradouras com
outras pessoas baseadas no compromisso e afetividade. Este terá de se adaptar para obter o equilíbrio na relação. É
de realçar que o sujeito nunca compromete a sua entidade, mas também compreende
que ninguém é perfeito.
Quando o
indivíduo não consegue estabelecer intimidade com ninguém, fecha-se em si
próprio e cai no isolamento.
7. Produtividade X Estagnação
(meia idade)
É neste estádio
que ocorre a crise da meia idade.
Nesta fase o
sujeito atinge o topo da vida profissional e tem uma elevada preocupação com o
futuro das novas gerações. São responsáveis por valiosos contributos para a
sociedade como educar e direcionar os jovens e, por outro lado, assegurar o
seu bem-estar. Esta etapa incorpora a
afirmação pessoal do indivíduo, onde ele consegue fazer as mais variadas
coisas. Caso os objetivos deste estádio não sejam atingidos, ocorre a
estagnação do indivíduo.
8. Integridade X Desesperança
(velhice)
Neste estádio os
idosos fazem o balanço da sua vida, refletindo sobre ela. Caso tenha tido uma
vida produtiva, cumprido grande parte dos seus desejos, olham para trás e sentem-se
realizados, acabando por aceitar a idade. Caso contrário, vão lamentar-se por
todos os sonhos que não realizaram e erros que cometeram, uma vez que já é tarde
demais para mudar isso. Quando isto acontece os idosos podem desenvolver
sentimentos de desespero.
Sem comentários:
Enviar um comentário